BIENAL DO LIVRO 2013
Bienal abre a possibilidade de elevar o índice de leitura dos brasileiros
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Bienal abre a possibilidade de elevar o índice de leitura dos brasileiros
O brasileiro ainda tem índices de leitura muito
baixos, comparados aos dos países mais desenvolvidos, segundo a
presidenta do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Sonia
Jardim. No próximo dia 29, no Riocentro, em Jacarepaguá, zona oeste da
cidade, será aberta a 16ª Bienal Internacional do Rio de Janeiro,
considerada um dos maiores eventos literários do país, que se estenderá
até o dia 8 de setembro. O Snel é um dos organizadores, junto com a
Fagga Eventos
Sonia admitiu, entretanto, que durante a bienal os visitantes
mostram bastante interesse na leitura. Pesquisa feita na edição
anterior, em 2011, constatou que na média foram 5,5 livros comprados
por visitante. “Além da oportunidade de encontrar seus autores e
assistir a debates entre escritores brasileiros e estrangeiros, o
pessoal tem uma grande oportunidade de comprar livros.
As pessoas
aproveitam o evento para sair de fato carregadas [de livros] para ler
ao longo do ano”. Para ela, a bienal abre a possibilidade de melhorar o
índice de leitura brasileiro. “Sem dúvida nenhuma, é um dos efeitos
positivos de um evento como este ”.
A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada no ano passado
pelo Instituto Pró-Leitura, revela que a média de livros lidos por
todos os entrevistados nos três últimos meses foi 1,85 livro. Foram
feitas 5.012 entrevistas em 315 municípios em todas as unidades da
Federação. Na sondagem anterior, de 2007, a média foi 2,4 livros livros
nos últimos três meses.
Entre os leitores consultados em 2011, o número sobe para 3,74
livros. Entre estudantes, a média foi 3,41 livros lidos nos últimos 90
dias. Por regiões, a Centro-Oeste apresentou a maior média de livros
lidos nos três últimos meses (2,12 livros no total). Entre todos os
entrevistados, foram lidos 4 livros por ano por habitante, em 2011,
mostrando recuo ante os 4,7 livros lidos por habitante/ano na pesquisa
anterior.
Sonia Jardim admitiu que o total de livros lidos pelos brasileiros
durante um ano ainda é reduzido ante países latino-americanos como o
Chile e a Argentina, por exemplo, líderes na região com 5,4 e 4,6
livros lidos por habitante/ano, respectivamente. O dado é do Centro
Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe
(Cerlalc), vinculado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco). O índice brasileiro, na avaliação de
Sonia, não condiz com a extensão territorial e a condição econômica do
país.
A bienal funciona como um incentivo à leitura. “Não há dúvida alguma
sobre isso.” Para Sonia, o hábito da leitura decorre de dois fatores:
renda e escolaridade. “Quando você vive um momento econômico melhor,
consome mais, inclusive livros.” Com o Brasil retomando um crescimento
econômico mais agressivo, ela confia que a indústria acompanhará o
ritmo.
Em relação ao ensino, Sonia destacou que é preciso investir em uma
educação de qualidade, com parte do investimento voltado para o
professor. “Como é que o professor vai motivar alguém a ler, se ele
próprio não tem renda suficiente, porque o salário não permite, para
que ele esteja constantemente lendo livros?”, indagou.
Ela defende que sejam adotadas políticas públicas que municiem as
bibliotecas e os professores de acervos não somente formado por livros
de formação pedagógica, mas com “livros de literatura prazerosa, para
que esse professor chegue na sala de aula e consiga passar a sua
motivação para o aluno, para a criança”.
A Bienal Internacional do Rio deste ano terá 950 expositores e a presença de 100 autores nacionais e estrangeiros.
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