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segunda-feira, 14 de setembro de 2015
Escritor Sidney Rocha apresenta personagem misterioso e sedutor em romance lançado neste mês
Escritor Sidney Rocha apresenta personagem misterioso e sedutor em romance lançado neste mês
Como é possível um personagem murmurar, em um romance: “siamed orucse
ocuop mu átse” (ou seja, uma frase ao contrário)? Essa é a menor das
questões inexplicáveis presentes em Fernanflor (Iluminuras, R$ 38), primeiro volume da trilogia Gerônimo,
de Sidney Rocha, com lançamento no Recife marcado para 30 de setembro,
na Livraria Cultura do Paço Alfândega (Rua Madre de Deus, s/n, Bairro
do Recife). Ao mergulhar na complexidade da narrativa ficcional (bem
curta, “boa para ser lida em um gole só”), o leitor terá indícios dos
motivos pelos quais a obra demorou seis anos para ser escrita. O
livrinho de 114 páginas e 23 centímetros pesa uma tonelada, de tão
burilado. A generosidade em suscitar questionamentos, elucubrações e
teorias, mingua quando mais precisamos de respostas, certezas,
explicações
O texto acompanha com argúcia a vida – talvez vivida, talvez imaginada –
pelo protagonista, um bon vivant capaz de grandes feitos, graças à
(suposta) inteligência acima da média e ao poder de sedução, mas com
defeitos tão graves quanto as qualidades. “Picado pelo escorpião da
vaidade”, Jeroni Fernanflor percorre cidades e se integra com facilidade
a elas e a seus habitantes, embora deseje fugir do ordinário. Tal qual
um Forrest Gump, personagem vivido por Tom Hanks no filme homônimo de
1994, o homem alcança (ou sonha ter alcançado) grandes conquistas por
obra do acaso. Nada parece estar fora de suas possibilidades: “Cada dia
sem alcançar o topo da montanha é de martírio e fracasso”.
Torna-se homem da alta sociedade cuja vivência é estranhamente catalogada. Por exemplo, sabe-se detalhes precisos do itinerário de Jeroni enquanto esteve na cidade de Bressol. Frequentou 38 almoços de embaixada, 116 jantares de confraternização, 46 bailes. 220 chás, 39 banquetes, 64 casamentos, 17 missas de corpo presente, 125 noitadas de pôquer, 48 apostas no clube de jóquei, 260 velórios. Parece prestes a conquistar o mundo com o próprio talento para as artes, com a fama, a inteligência. Pintava retratos e possuía atrizes, rainhas e princesas.
Sidney define o personagem: “Fernanflor é meio ou completamente individualista, apaixonado pela beleza. Vive a própria verdade. Extremamente sedutor, mas a sedução está mais ligada ao mal do que ao bem. Ele é as duas coisas. A gente tem que entender que não somos bons ou maus. Somos bons e maus. Por isso que você pode sentir pelo personagem amor, ódio, pena ou compaixão”.
Torna-se homem da alta sociedade cuja vivência é estranhamente catalogada. Por exemplo, sabe-se detalhes precisos do itinerário de Jeroni enquanto esteve na cidade de Bressol. Frequentou 38 almoços de embaixada, 116 jantares de confraternização, 46 bailes. 220 chás, 39 banquetes, 64 casamentos, 17 missas de corpo presente, 125 noitadas de pôquer, 48 apostas no clube de jóquei, 260 velórios. Parece prestes a conquistar o mundo com o próprio talento para as artes, com a fama, a inteligência. Pintava retratos e possuía atrizes, rainhas e princesas.
Sidney define o personagem: “Fernanflor é meio ou completamente individualista, apaixonado pela beleza. Vive a própria verdade. Extremamente sedutor, mas a sedução está mais ligada ao mal do que ao bem. Ele é as duas coisas. A gente tem que entender que não somos bons ou maus. Somos bons e maus. Por isso que você pode sentir pelo personagem amor, ódio, pena ou compaixão”.
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