MEUS AMIGOS, CONVIDO A TODOS
VCS CONHECEREM O
PROJETO TIA LINDA.
Voluntários tentam aproximar crianças da literatura
Grupo de amigos se
dedica à criação de espaços de leitura em instituições de apoio a crianças e
sonha com uma geração de novos leitores paraibanos.
Se depender do entusiasmo
dos voluntários, a Paraíba terá muito mais leitores que hoje. O Tia Linda
“Cantinhos da Leitura”, como se intitula, é um projeto que tenta incentivar a
leitura a partir da criação de espaços literários em instituições que prestam
apoia a crianças. O grupo já conseguiu levar livros para creches, associações e
abrigo infantis. “Resolvemos fazer a
nossa parte, o brasileiro a cada ano lê menos. Todos que curtem um bom livro
podem atuar como mediadores de leitura. Diminuir a distância que separa a
criança dos livros pode ser o primeiro passo,” declarou Carlos Santos,
relações públicas que coordena o projeto.
Conversar com a equipe de
voluntários do projeto, formada principalmente por estudantes e bibliotecárias
é, sem dúvida, animador. O desafio, no entanto, é grande. A pesquisa Retrato da
Leitura no Brasil, divulgada ainda em 2012, pelo Instituto Pró-Livro em
parceria com o Ibope Inteligência, dão conta que a parcela de leitores diminuiu
consideravelmente no país entre 2007 e 2011. Até mesmo entre crianças e
adolescentes, que leem por dever escolar, foi registrada redução.
Quando a comparação é
internacional, o Brasil aparece sempre na rabeira. Pelo menos é o que apurou a
agência Nop World, em estudo
divulgado este ano. O país figura a frente apenas de Taiwan e Coreia em um
ranking de 30 outros. Nas bandas de cá, da América do Sul, é sempre a Argentina
e o Chile que se destacam quando o assunto é quantidade de livros lidos por
habitante. Neste quesito, não somos campões mundiais.
Na Paraíba, os números nunca
são favoráveis. O Estado sempre apresenta grande percentual de pessoas que não
entendem o que leem. E no geral, por que lemos tão pouco? Os voluntários
resolveram não esperar pelas respostas. “É
preciso recomeçar e nada melhor que aproximar as crianças dos livros. No
futuro, eles podem fazer a diferença. Mas livro não cabe no orçamento de boa
parte das famílias brasileiras. É preciso fazer chegar o livro até elas,” declarou
Luh Lima, bibliotecária. A estudante de pedagogia da UFPb, Paola Lima, outra
voluntária, também compartilha da ideia, “já
se sabe que podemos despertar o gosto pela leitura quando a criança, desde cedo,
pode explorar o livro de diversas formas,” explicou categórica.
Livro perde em competitividade
Maria
Alves, graduanda em biblioteconomia, diz que o termo “cantinho” é usado para
facilitar, uma vez que na prática não é difícil encontrar um espaço para os
livros. Escolhido o local na
instituição, o cantinho
passa a existir com a aquisição de estantes, tapetes, caixas organizadoras, almofadas
e, claro, os livros. “O que se vê muitas vezes são entidades que
contam até com boa estrutura física, salas de jogos, brinquedos e informática,
porém, o livro não tem seu lugar. E, assim, saem perdendo na disputa pela
atenção das crianças,” alertou.
Outra
importante iniciativa é a entrega de sacolinhas literárias, que são produzidas
em tnt e levam a logomarca do projeto,
permitindo que as crianças possam levar os livros emprestados para casa e compartilhar
com a família, incentivando o hábito da leitura e a troca de afetos e diálogos,
tão importantes para o desenvolvimento psicológico das crianças.
O projeto parte da premissa
de que as crianças são desde cedo estimuladas ao consumo. A mídia e o comércio
são competentes em oferecer seus produtos com atratividade de cores e imagens.
Os jogos eletrônicos, por exemplo, conquistam cada vez mais. O livro também
precisa garantir o seu espaço no cotidiano da criança e, a partir daí,
conquistar muito mais leitores.
A inauguração do cantinho da
leitura é festiva e se constitui numa importante etapa do projeto e inclui atividades
lúdicas, apresentações teatrais, músicas, recreação e contação de história. Na
ocasião, é servido um lanche às crianças. “A
ideia é celebrar a criação do espaço de leitura.
O intuito é que o momento seja percebido pelas crianças como positivo, o que de
alguma forma, nos permite conquistar a simpatia e motivá-las a encontrar o
livro,” declarou a bióloga Karcia Lúcia, que é também bibliotecária.
Mais informações:
https://www.facebook.com/projetotialinda?fref=ts
https://www.facebook.com/luh.lima.35
https://www.facebook.com/carlosalberto.santos.77128?fref=ts