PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO
SÃO PAULO
“O prefeito Fernando Haddad (PT) e o secretário de Educação César Callegari (PSOL) apresentam, um novo programa para a rede municipal de ensino. Chamado “Mais Educação São Paulo”, o pacote de iniciativas faz clara referência ao programa de ensino integral do governo federal criado por Haddad enquanto ministro. As escolas públicas municipais terão um novo regimento geral que mudará a rotina dos estudantes e professores: provas a cada dois meses (bimestrais), lição de casa, notas de 0 a 10 e boletim que poderá ser consultado pelos pais na internet.”
A escola paulistana resgata, depois de mais de 2 décadas, as tarefas
escolares, os boletins, as notas e as avaliações bimestrais.
Segundo o
secretário municipal de educação, César Callegari, estes retornos estão
associados as estatísticas e dados que revelam grande quantidade de
estudantes que ao findar o Ensino Básico apresentam deficiências em
leitura, escrita, cálculos e outros quesitos básicos que as escolas
deveriam lhes prover.
Ao completar o Ensino Fundamental os dados oficiais apresentados
pela prefeitura de São Paulo indicam que apenas 23% dos alunos
apresentam nível adequado ou avançado em língua portuguesa e, em
matemática, este índice é ainda pior, somente 10% dos estudantes
apresentam este nível de aproveitamento.
Isso significa que, em cada 4 alunos apenas 1 tem a preparação
esperada ao final do Ensino Fundamental em português e, em matemática,
a proporção é de apenas 1 em cada 10 estudantes.
Com estes dados
podemos atestar a falência do sistema educacional da forma como está
estruturado e em funcionamento.
As alterações propostas para o
município de São Paulo, a maior e mais rica cidade do país e da América
Latina são importantíssimos e decisivos para uma guinada na educação
local.
A aprovação pelos deputados, no congresso nacional, da destinação de
50% das verbas do pré-sal para a educação somente terá os esperados
resultados se a política educacional for consistente e capaz de
estipular metas ao mesmo tempo em que valoriza os professores e promove
capacitações que lhes possibilitem melhorar a qualidade do processo de
ensino-aprendizagem.
Ao oferecer aos professores, através destas medidas, a adoção de
instrumentos e práticas que se mostravam eficientes mas que foram
erroneamente detectadas como ultrapassadas por algumas linhas de
pensamento pedagógico, a educação paulistana demonstra coragem e
ousadia. Devolvem ao cotidiano escolar elementos como avaliações
bimestrais regulares, notas, tarefas e o acompanhamento dos pais pela
internet com a promessa de boletins online.
Os resultados não serão imediatos. As novas gerações de alunos das
escolas de São Paulo certamente irão encontrar dificuldades em
compreender e admitir os novos procedimentos já que há 21 anos isso não
se aplica na rede pública municipal da capital dos paulistas. A
reprovação, outra prática resgatada, pode inicialmente ocasionar sustos
e problemas, mas a promessa é a de que antes de reprovar serão dadas
oportunidades, como suporte, reforço e acompanhamento em relação aos
alunos com dificuldades e rendimento abaixo do esperado.
As medidas visam estimular o retorno – dentro de um novo contexto –
a uma escola em que a produção do aluno, o acompanhamento e orientação
dos professores, a participação da família e o monitoramento dos
gestores da educação pública permitam ao estudante melhorar seu
rendimento, resgatar sua autoestima, alcançar as metas estipuladas
quanto ao seu aprendizado em todas as disciplinas e, em especial,
compreender a importância do estudo e dos conhecimentos trabalhados em
sala de aula para sua vida e do mundo em que está inserido.
As atividades regulares em sala de aula, apoiadas pelas tarefas,
avaliadas através das provas e testes bimestrais, com acompanhamento
dos especialistas presentes nas escolas e com plena ciência por parte
das famílias em tempo real através da divulgação via internet são meios
e práticas que certamente podem contribuir para que os atuais índices
de aproveitamento dos estudantes paulistanos sejam elevados a patamares
satisfatórios, em que a maioria dos alunos saiba ler, escrever,
calcular, relacionar fatos, compreender o mundo em que vive… Com isso,
a meta maior, além dos resultados quanto a notas, ultrapassando as
metas de ensino-aprendizagem, o que se pretende é a cidadania, a ética,
a qualidade de vida, a prosperidade e a felicidade geral da nação e de
cada família e aluno em particular…
Artigo de Karina Yamamoto. Publicado pelo UOL Educação)
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