Como a
gestão escolar pode contribuir eficazmente para a prática
participativa na escola?
Para
entendermos a gestão escolar, vamos definir o que é administrar,
segundo o dicionário:
“
Administrar é exercer mando, ter poder de decisão,
digerir, gerir.”
“
Administração é um conjunto de princípios, normas e
funções que tem por finalidade ordenar os
fatores
de produção e controlar sua produtividade e eficiência para se
obter determinado
resultado.
Vitor
Paro, em seu livro “Administração Escolar: Introdução Crítica”,
define o termo como a utilização
racional de recursos para a realização de fins
determinados.
Também
existem algumas escolas de administração, que desenvolveram algumas
concepções políticas e
formas
de organização e gestão. Estas escolas são:
a)
Escola clássica ou de administração científica
b)
Escola de relações humanas
-
Escola Behavioristad) Escola Estruturalista
Na
escola clássica ou de administração científica, segundo o
Professor Fernando Prestes Mota afirma que:
“...alguém será um bom administrador à medida que
planejar cuidadosamente seus passos, que organizar e
coordenar racionalmente as atividades de seus
subordinados e que souber comandar e controlar tais
atividades.”
Baseados
neste conceitos vistos, podemos afirmar que existem várias formas e
concepções de se
administrar uma instituição social. E a Escola não
deixa de ser também uma instituição social.
Segundo
Genuíno Bordignon e Regina Gracindo, entende-se por gestão da
educação o processo político-adminstrativo contextualizado, por
meio do qual a prática social da educação é organizada, orientada
e viabilizada.
Mais dois conceitos permeiam este
estudo sobre gestão. São eles: Gestão Educacional e Gestão da
Escola Pública. A gestão do sistema educacional implica ordenamento
normativo e jurídico e a vinculação de instituições sociais por
meio de diretrizes comuns. “ A democratização dos sistemas de
ensino e da escola implica aprendizado e vivência do exercício de
participação e de tomada de decisão.” (Programa Nacional de
Fortalecimento dos conselhos escolares, vol 5)
Na
gestão da Escola Pública trata-se de uma maneira de organizar o
funcionamento da escola publica, quanto aos aspectos políticos,
administrativos, financeiros, tecnológicos, culturais, artísticos e
pedagógicos, com a finalidade de dar transparência às suas ações
e atos
e
conhecimentos e saberes, ideias e sonhos, num processo de aprender,
inventar,criar, dialogar, construir, transformar e ensinar.( Abádia
Educadores e Educandos: tempos históricos)
A
escola pública criada para ser espaço de formação dos
dirigentes da sociedade, tornou-se o local universal de formação de
homens e mulheres. A educação é entendida como processo de
criação, inovação e apropriação de cultura, historicamente
produzida pelo homem. Isto é: formar sujeitos participativos,
críticos e criativos. Logo é função da escola criar projetos
educativos numa perspectiva transformadora e inovadora, onde os
afazeres e práticas não estejam centrados nas questões
individuais, mas sim nas questões coletivas. Isso quer dizer que
para a escola avançar, é fundamental considerar os espaços de
formação de todos que trabalham, criam, brincam, sonham e estudam,
enfim, de todos aqueles que dela fazem parte.
Também é fundamental
não perdemos de vista que a escola é parte das relações sociais
mais amplas e que as possibilidades históricas de sua organização
passam pela sociedade política e civil, e nesse cenário, os
processos de mudança vivenciados pelo Estado são um dos indicadores
dos limites e das possibilidades da gestão escolar. (A administração
ou gestão da escola:concepções e escolas teóricas- Curso
Prófuncionário).
A
escola, enquanto organização social é parte constituinte e
constitutiva da sociedade na qual está inserida.
A
possibilidade da construção de práticas de gestão na escola,
voltadas para a transformação social com a participação cidadã,
reside nessa contradição em seu interior. Desse modo, a gestão
escolar é vista por alguns estudiosos como a mediação entre os
recurso humanos, materiais, financeiros e pedagógicos, existentes na
instituição escolar, e a busca dos seus objetivos, não mais o
simples ensino, mas a formação para a cidadania. A gestão
democrática, efetiva-se por meio da participação dos sujeitos
sociais envolvidos
com a
comunidade escolar, na elaboração e construção de seus projetos
como também nos processos de decisão. De escolhas coletivas e nas
vivências e aprendizagens de cidadania.
Na
últimas décadas, no Brasil, vivenciamos um processo de
mudanças causadas pelo incremento das relações sociais
capitalistas, pelo expressivo avanço tecnológico e pela
globalização do capital e do trabalho. Administrador escolar era o
título de um cargo administrativo muito utilizado nas escolas, tanto
na esfera pública quanto na esfera privada, em décadas passadas não
muito remotas (anos 1960, 1970 e 1980). O diretor da instituição
escolar respondia pelas funções administrativas, e sua atuação se
fazia presente nas atividades de planejamento, organização. Direção
e controle, nas quais era visto e compreendido como aquele que põe
em prática as decisões, o conhecimento, além de fazer cumprir as
questões legais previamente aprovadas pelas instâncias superiores,
políticas, legais ou educacionais, fazendo, enfim, a escola
funcionar diariamente.
A
formação do diretor ocorria em faculdades ou universidades, no
curso de pedagogia, como habilitação técnica, assim como era para
a formação em supervisão escolar. Essa formação era regulada
pela lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional (LDB), ou
Lei nº 4024/61 ( a primeira LDB – preocupada com a autonomia do
individuo). Posteriormente alterada pela Lei nº 55692/71 ( reforma
do ensino de 1º e 2º graus – tinha por objetivo contemplar as
oportunidades educacionais), que por sua vez foi substituída pela
Lei nº 9394/96 ( mais preocupada com a formação de professores),
atualmente em vigor. A formação desse profissional era
predominantemente baseada na transmissão, de forma fragmentada,
positivista e sistêmica, de conteúdos da administração de
empresas e da administração científica, taylorista, e repassada
automaticamente para a administração escolar, em que os conceitos
vigentes à época eram de decentralização das decisões, de
controle das atividades realizadas nas escolas, sob rígida
supervisão das mínimas ações praticadas pelos professores,
assistentes, auxiliares e outro profissionais, sem liberdade para
outras iniciativas. A participação das pessoas nas decisões ou
programações era mínima. O interior das escolas era organizado de
maneira igual em todas as unidades escolares.
O Diretor
não pode ser visto como mero aplicador de leis ou provedor de
recursos materiais para a escola, deve antes ser pensado como o
criador de novas atitudes, o estimulador do progresso e o mediador na
solução de problemas e dificuldades dos vários elementos da
escola.
O
Diretor, portanto, desempenha um papel essencial na instituição
escolar, porque, segundo a estudiosa Carmem Lúcia Prata, ele em a
missão de identificar e mobilizar os diferentes talentos na escola e
comunidade para que as metas sejam cumpridas e principalmente
conscientizar todos para a importância da contribuição individual
e coletiva na qualidade do todo.
A
participação de toda a comunidade escolar em prol do bem comum da
escola, vem de encontro com a gestão participativa, pois como bem
vimos, auferindo os históricos anteriores da educação, o gestor de
hoje, além de administrar o espaço físico da escola, tem por sua
responsabilidade unir a comunidade em torno de um bem comum, que além
de transmitir um saber histórico, cultural, aos alunos, traz para
junto de si a família do educando, todos lutando pela melhoria do
ensino, da transmissão de cultura e valores, que serão
incorporados ao ser humano, criado no seio da escola.
Muitas
são as dificuldades encontradas pelos gestores, para bom
encaminhamento dos trabalhos na escola, pois tem sob sua
responsabilidade, muitos atributos administrativos, como gerir os
recursos oriundos de esferas superiores e afins. Mas além desta
tarefa árdua de gerir recursos, é necessário ao gestor também ter
uma visão ampla do ser humano, pois além de papéis a sua volta,
tem muitas pessoas que dependem e esperam do gestor atitudes e
gestos, que contribuam para a sua participação no meio escolar, em
prol do bem comum. Os alunos, os pais, os professores, funcionários
, supervisores, orientadores e demais profissionais da escola,
norteiam seu pensar em prol do bem comum da escola, que é a formação
de cidadãos preparados para um mundo de trabalho e profissional. O
gestor deve garantir com suas atitudes, que a escola seja um lugar de
participação, de dialogo, de respeito e de comunidade unida. O
gestor que esta sempre unido a comunidade escolar, em constante
progresso pessoal , ele tem a seu favor a união de todos para a
resolução de problemas cotidianos e as vezes nem tanto. Quando a
sociedade se une para ajudar uma comunidade escolar, o gestor será
sempre o foco central, visto que se ele não esta unido com sua
comunidade, com certeza estará fadado ao fracasso. Não é somente
de prédios, carteiras e cadeiras que se constrói uma escola, mas
sim de seres humanos.
Bibliografia:Formação
de Professores e Escola na Contemporaneidade – Maria Graziela
Feldamann
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário