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terça-feira, 7 de maio de 2013

VINICIUS DE MORAES

                            Soneto do Maior Amor



    Maior amor nem mais estranho existr
    Que o meu, que nã osossega  coisa amada
    E quando a ente alegre, fica triste
    e se a vê descontente, dá risada.

    E que só fica em paz se lhe resiste
    O amado coração, e que se agrada
    Mais da eterna aventura em que persiste
    Que de uma vida mal-aventurada.


     Louco amor meu, que quando toca fere
     E quando fere vibra, mas prefere
     Ferir a fenecer - e vive a esmo

    Fiel à sua lei de cada instante
    Desassombrado, doido, delirante
    Numa paixão de tudo e de si mesmo.


   Vinicius de Moraes  -  Nova Antoligia poética
                                         Companhia de Bolso

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