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quarta-feira, 22 de maio de 2013

VINICIUS DE MORAES - LETRA DAS MÚSICAS

  LETRAS DE MÚSICAS DE VINICIUS DE MORAES

        A CASA

Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podiadormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podiafazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos Bobos, número zero



                  AQUARELA



Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva

Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando, contornando a imensa curva Norte e Sul

Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando,
é tanto céu e mar num beijo azul

Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo
e se a gente quiser ele vai pousar

Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida
De uma América a outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo

Um menino caminha e caminhando chega no muro
e ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar

Não tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida,
depois convida a rir ou chorar

Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
de uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo (que descolorirá)
e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo (que descolorirá)
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo (e descolorirá) 
 
 

VINICIUS DE MORAES - CURIOSIDADES

                             CURIOSIDADES - VINICIUS DE MORAES

Vinícius já estava no terceiro de seus dez casamentos quando saiu o disco Canção do amor demais, com músicas dele e de Jobim; nesse disco ouvia-se, pela primeira vez, a batida da bossa-nova no violão de João Gilberto, acompanhando a - cantora Elizete Cardoso na música "Chega de saudade", marco inicial do movimento. "Garota de Ipanema", de 1962, é a música brasileira mais gravada no mundo até hoje. Desligado do Itamarati, dedicou o resto de sua vida à música, ao cinema e a shows, tornando-se um dos mais populares compositores do Brasil.

Outros Olhares - VINICIUS DE MORAES

 

                       Outros olhares

A maestria do Vinicius aprendiz

Paulo Roberto Pires

De todas as homenagens pelos 90 anos de Vinicius de Moraes - do espetacular site na internet à edição, luxuosa, do "Cancioneiro", com textos de Sergio Augusto e documentos inéditos levantados por Maria Lucia Rangel - uma peça de câmara é desconcertante em sua simplicidade e intensa e sincera emoção. Trata-se de "O poeta aprendiz", o poema que Toquinho musicou nos anos 70 e que agora Adriana Calcanhoto, revelada ótima desenhista, ilustra com delicadeza num álbum da Companhia das Letrinhas que inclui também o CD com sua versão, personalíssima, para a canção - além de o próprio Vinicius declamando o texto.

Em julho, na abertura da Festa Literária de Parati, Vinicius foi homenageado da melhor forma: declamação e música. Já às lágrimas com Antonio Cícero tendo redescoberto, pelo menos para mim, a intensidade de "Pátria amada", resisti a Chico Buarque lendo e cantando, à alegria de Gilberto Gil e sua "Formosa". Mas fui pego, de jeito, por Adriana e "O poeta aprendiz". Lembrei, de imediato, que sabia tudo aquilo de cabeça, como uma canção infantil, de tanto que ouvi, menino, o disco em que o poeta e Toquinho comemoravam dez anos de parceria - daquela época também ficou uma das primeiras impressões de tristeza profunda, por conta de "Um homem chamado Alfredo" ("O meu vizinho do lado/Se matou de solidão").

Perdoem a egotrip, mas creio que neste susto e nesta emoção está a perplexidade de uma geração que, nascida na segunda metade dos anos 1960, aprendeu, sabe-se lá com quem ou porquê, a não gostar de Vinicius e também a afastar de si todo tipo de derramamento lírico ou existencial. Celebrar suicídio, loucura e incomunicabilidade, tudo bem. Mulher, amores felizes e a vida, jamais. Por uma irreverência tola, tinha-se Vinicius como compositor e poeta banais, talvez pela espantosa difusão de sua música e literária. Quanto tempo perdido - ou talvez o tempo necessário para curtir tudo isso e, sobretudo, "O poeta aprendiz".

Trabalho sobre VINICIUS DE MORAES-

   A Secretaria Estadual de Educação do Paraná  lança a 
        MOSTRA ESTUDANTIL - EXPOCINE  E MUSICAL NORTE
  TEMA:  
            CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE  
                    VINICIUS DE MORAES